27 de novembro de 2008

Situação que nos faz pensar: "o que eu estou fazendo aqui?"

Dispersa

O branco das paredes
Envolve-me
Apaga-me
E transforma
A pessoa
Em um par de olhos
Que não piscam
Que não param
E se movem
Buscando, ironicamente,
Serem vistos.

17 de novembro de 2008

Versos que se encontram...mesmo estando tão distantes

O condor e a poetisa

Voa, condor amigo
E vem me contar
Seus amores e desamores
Que te dou uma canção de ninar

Voa, condor amigo
E vem me mostrar
Sua amizade, tão breve
Porém tão verdadeira

Vai, poeta querido
Transforma em palavra escrita
O que seu coração
Diz enquanto bate tão forte

Vai, poeta querido
Conversa comigo
Dê-me um sorriso
Por mais que você não o veja

Carol Porne

Grato, alma Poetisa! Sempre grato
Por tua maneira sincera de ser...
Sempre a amiga dos versos doces
Colhidos em lagos sagrados...

Conto-te meus amores e desamores
Sabido que em ti encontro
O mais terno repouso
Ao coração errante moço...

Grato, alma poetisa! Sempre grato
Aos carinhos e risos legados
A este condor amigo, sempre contigo
Nas preces infinitas, e saudades...
Agnaldo Tavares

9 de novembro de 2008

Inspiração de tarde de domingo

Fora de foco

No centro da cidade espero
Perdida a ajuda
Que não vem
Não chega nunca
E, assim,
Sem entender
Sem nada perceber
Altero a imagem
A paisagem geral
Não pertenço a este lugar
Gostaria, mas não pertenço
Se um dia farei parte disso?
Não sei se tenho o que é preciso
Nem sei o que preciso
Ou tenho
Não preciso do que tenho?
Preciso...preciso do impreciso
E isso eu, certamente, já tenho
Nas minhas linhas rabiscadas
Borradas de tinta, poeira
Batom e lágrimas.

2 de novembro de 2008

Ainda sob efeito da paixão...rs

Romântica

Os calendários me dizem
Que uma nova estação chegou
Mas nem precisavam

O sol ressurgiu
As nuvens dissiparam
O tempo aqueceu
E as flores
- nem tive tempo de reparar nas flores -
Provavelmente já desabrocharam

Sinto-me um ser estranho
Nessa imensidão cinza
E apressada

Quem repararia no sol
Ou nas flores
Com tantos trabalhos, prazos
Compromissos?

Sinto-me um ser estranho
Dotada da bênção
De enxergar o chegar
Da primavera.